sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Galeria dos Manos? Ai ai ai...

Na Folha de São Paulo do último domingo, 6 de setembro, saiu que a próxima novela da Grobo terá uma reprodução da Galeria do Rock no Projaca deles, mas se chamará Galeria dos Manos, acredita? Vai ter um tal “tiozinho do rock” ou coisa parecida, inspirado no Ozzy, com filhos que se chamarão Led e Janis. Socorro!!!

Faz tempo que estamos alertando que a Galeria do Rock está se comprometendo, e se algo não for feito imediatamente será Galeria de Qualquer Coisa, menos do Rock.

Nunca precisamos da grande mídia, muito pelo contrário, mas eles têm nos explorado há muito tempo. O termo “metaleiro”, pra quem não sabe, é culpa deles... Não digo sobre as matérias de cunho realmente cultural, que são poucas por sinal, até nas grandes redes, nós mesmos já fomos entrevistados ou participamos de matérias por quase todas elas, inclusive pela Grobo (Márcio Canuto, Britto Jr quando ainda estava lá, etc...), mas em sua grande maioria somos ridicularizados (se tiver estômago de urubu assista esta tal novela e veja), isso quando não somos chamados de “assassinos” por curtirmos Slayer, ou não estamos “sugerindo subliminarmente que as pessoas se suicidem” por gostarmos de Black Sabbath ou Judas Priest, e nem vamos tocar no assunto de drogas e violência, pois para eles somos mesmo assim...

Esse negócio de ficar falando que a galeria não é só do rock, mas disso e daquilo, é nisso que dá... Há muito tempo nós da Die Hard estamos tocando nesta ferida, mas há muito tempo mesmo. Primeiro fomos proibidos de trazer as bandas pra loja, teríamos de levar no 5º andar, ou seja, a promoção da loja mesmo já era. Depois a burocracia para se levar uma banda lá ficou um saco, como toda burocracia, a intenção parecia ser dificultar mesmo, e conseguiram. Acrescente as matérias da imprensa; trazíamos não só os músicos, nacionais e internacionais, mas também parte da imprensa, inclusive da grande mídia, sempre com muito cuidado, claro. Pronto, cresceram o olho e não pudemos mais também, tudo tem de ter autorização, até pra filmar dentro da loja (!!!), pra fotos, ou seja, burocracia, burocracia, burocracia.... Até conseguimos uma boa repercussão quando tocamos no assunto, fazendo esta matéria quase que escondidos (não pedimos autorização ), diga-se, no Jornal da Tarde de alguns meses atrás, ainda sobre esta descaracterização da Galeria, mas fomos tachados de “inábeis” com a imprensa, como se devêssemos satisfação para alguém sobre isto a não ser para nossos clientes, parceiros e músicos, e para eles a verdade estava já impressa no jornal. A prova de que estávamos certos está aí agora...

O termo “galeria” tem muitos significados, mas os que nos vêm rapidamente à cabeça são: galeria de arte e perfuração subterrânea, túnel. A administração atual é muito boa quando se trata de ações práticas, é boa na segurança, na manutenção, tem resolvido questões sérias com os bombeiros, etc... Mas na questão cultural é um desastre, e olha que temos verdadeiros doutores à disposição. Falta autoridade no assunto, esta é a questão. E fomos representados em Portugal (!?!?), esperamos que com os manos, ooops, com os patrícios, tenha ocorrido tudo bem.

Nada contra as tendências na Galeria, são todas bem vindas, convivemos com todas elas e elas conosco, desde sempre. Nem contra as iniciativas culturais, mas que tenham interesses realmente culturais, aliás, somos reconhecidamente incentivadores destas reais iniciativas. Toda tendência tem e sempre teve seu espaço aqui, inclusive físico, mas nunca podemos perder de vista que é a Galeria do Rock! É o mínimo. E “Rock”, por mais abrangente que seja o termo, não é algo muito difícil de definir. Pra quem ainda não consegue algumas dicas: não é comercial, é criativo e tem bom gosto, respeita e gosta de respeito, não é hipócrita e, além de inúmeras outras características, não gosta de ser confundido. Nada tem a ver, por exemplo, com enfeites de natal breguíssimos, com ações pretensamente culturais de gosto pra lá de duvidoso, ou ainda com estátuas risíveis entrando na onda de também explorar o pobre morto “rei do pop”, e por aí vai... E foi... Foi tão longe que agora corremos o risco de ficar marcados em rede nacional (e infelizmente internacional também) como abilolados, esquisitos, alienados e ultrapassados, isso pra dizer o mínimo, ou ainda tem alguém achando que seremos respeitados?

Nós temos nossas opiniões, e temos o direito de expressá-las em qualquer veículo e de qualquer forma que queiramos, sem a necessidade de ser apenas em reuniões burocráticas e em dias e horários marcados. Esta é a nossa opinião, somos uma Empresa não só de comércio de atacado e varejo, mas também produzimos cultura, somos um selo e também produzimos shows. Somos especializados em Classic Rock e Heavy Metal. Trabalhamos para e com estes músicos e parceiros, para e com nossos clientes, e todo cliente Die Hard é especializado, e devemos esta expressão a eles, que percebem coisas muito estranhas acontecendo, e pelo visto verão cada vez mais, então já estamos nos adiantando: nada temos a ver com isso, como percebem, estamos lutando contra. Nós sim temos um nome a zelar e, pra não esquecer, a grande mídia não nos interessa.

Para saber mais sobre nós, na seção imprensa de nosso site tem um release, ou no link:
http://www.diehard.com.br/imprensa/diehard/die_hard_release.doc

Sobre a Die Hard Records, também tem uma seção em nosso site, ou o catálogo aqui neste link:
http://www.diehard.com.br/lojaweb/records/catalogo.doc

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Que venha o novo (e bom) rock and roll

O Tiago Perez é o novo contratado da Die Hard. Auxiliar de vendas e parte da equipe online, ele tem uma banda, a Álacre, citada no texto abaixo. Pedimos para ele mais infos sobre sua banda, uma vez que nós da Die Hard estamos identificando (prevendo?) um movimento de bandas nacionais de rock’n’roll que cantam em português que está pra estourar e que, cremos, a banda dele seja uma delas, aí ele foi além, pediu pra noiva dele, a Samara, que já trabalha na produção de textos e divulgação, e ela mandou ver, fez um elogioso trabalho, que você vai conferir agora... Obrigado (mesmo) Samara, valeu Tiago Perez, todo o sucesso pra sua e pras demais bandas do estilo, que são da mesma família dos Mutantes, Terço, Bolha, Peso, Made in Brazil, Golpe de Estado, Dorsal Atlântica, Patrulha do Espaço, Violeta de Outono, Exxótica, King Bird, etc. etc. etc.
Vincent Morrison


Que venha o novo (e bom) rock and roll

Se você não é nem um pouco fã daquilo que está rolando na mídia e está de saco cheio dessa tormenta (ou seria “atormenta”?) chamada emocore já deve ter se perguntado se não existe nada novo no rock nacional. Algo que não seja mais um desses grupos com pose de “mamãe quero ser macho”, que tocam o chamado hardcore emotivo com versos melosos. As bandas brasileiras em destaque se mostram muito parecidas entre si, no som, letras, visual e atitude, utilizando sempre as mesmas fórmulas comerciais. A publicidade em cima delas e a influência desse segmento visivelmente impregnada nos jovens de hoje é fato que causa tristeza aos amantes do verdadeiro rock, tenham eles 15 , 35 ou 50 anos ou mais.

Apesar dessa moda ainda estar em evidência ela já está saturada e com os dias contados. O cenário musical está apenas esperando algo original aparecer, que renove o que já existe e resgate a identidade do rock que é pura e descomplicada. Que fique claro que ao mencionar originalidade não nos referimos ao tal rock moderninho que é na realidade um pop mais agressivo. Falamos sobre o algo diferente que já está surgindo fora do mainstream. Existe muita coisa nova e de qualidade surgindo por aí, esperando uma oportunidade para estourar. Bandas que possuem em sua essência os toques do bom e velho rock and roll, porém com estilo atual e que fogem completamente desse modelo que impera nas TVs e rádios.

É o caso a banda Álacre (www.myspace.com/alacre). Com a intenção de mostrar os elementos dos clássicos com uma nova roupagem, o quinteto é formado por Tiago Perez na voz, Fernando no baixo, Everton “Joe FireStone” na guitarra base, Shock na guitarra solo e Eduardo na bateria. O instrumental é direto e as composições são simples, porém ricas. Suas letras falam sobre renovação e busca pelos ideais, muitas vezes de uma maneira bastante intimista. O Álacre tem uma pegada hard rock com riffs pesados e contagiantes além de uma levada animada. Junte a isso uma voz cativante e de personalidade. A inovação dos rapazes agrada a gregos e troianos, pois tanto os que curtem a força do rock quanto os que se identificam com as letras positivas são atraídos pela música.

Outra que promete é a Inrótulo (www.myspace.com/inrotulo). A turma da zona sul de São Paulo está junta há 6 anos e passeia pelo pop rock, grunge, punk e até metal, e tem uma sonoridade ímpar, agregando voz forte e muita criatividade. Os vocais ficam por conta de Jota Erre, as guitarras são de Magro e Rodrigão, no baixo, Fernando e na bateria, Ricky. Peso e autenticidade. Como o próprio nome já diz, não dá para rotular esses caras como apenas um único estilo.

Não poderíamos deixar de ter uma representação feminina tendo em vista o aumento do número de bandas de mulheres no Brasil. Aqui o exemplo de atitude e batom são as garotas da Hell’o Bitch (www.myspace.com/hellobitchrock). O nome já é uma boa indicação do estilo dessas moças, que de delicadas e meigas não têm nada. Algumas pitadas de hardcore, letras irreverentes e uma voz com muita expressão. Com Mikkie no vocal e contrabaixo, Sabre na guitarra solo, Cacau na guitarra base e Camys na batera, a Hell’o Bitch é uma amostra de que a mulherada sabe fazer um barulho bom para barbudo nenhum botar defeito.

Além de possuírem características das várias divisões do rock e de trazerem de volta algumas peculiaridades de grupos que marcaram época, essas bandas também possuem o vocal em português, o que acaba sendo um diferencial e um desafio para o som feito por eles. É uma maneira de levar a mensagem das letras a um maior número de pessoas em nosso país sem intermediários, sem perder a potência e sem soar brega. É o rock nacional propriamente dito com seus os versos e rimas ao alcance de todos.

Alguns portais na internet são uma boa ferramenta para a descoberta de novas bandas ou cantores. São canais de informação musical que dão atenção e valorizam a produção da galera que está fora da mídia. Eles são recheados com um conteúdo que inclui textos, MP3, vídeos, links e uma infinidade de recursos tanto para quem faz a música e precisa transmiti-la ao mundo quanto para quem está em busca de originalidade para os ouvidos.

No Rockwave (www.rockwave.com.br) além encontrar novas bandas, ouvir suas músicas e fazer o download das mesmas, é possível conferir as notícias, a agenda de shows e até ouvir uma rádio que toca apenas a produção underground. Há também o Bandas de Garagem (www.bandasdegaragem.com.br) que possui uma lista de lugares onde as novas bandas se apresentam, ranking com as músicas e artistas mais ouvidos, além de um programa de rádio com entrevistas. Podem ser citados muitos outros como o Palco MP3 (www.palcomp3.cifraclub.terra.com.br), o OI Novo Som (www.oinovosom.com.br) e o Garagem MP3 ( www.garagemmp3.com.br), que abrem espaço para a nova música, bastando apenas ao leitor garimpar o estilo de som que mais lhe agrade.

Aqui foram citadas apenas 3 bandas dessa geração que vem por aí, mas existem muitas outras com sonoridade, influências, estilo e visual variados, prontas para cair no gosto do público, seja ele fã de heavy metal, hard rock, grunge, punk, hardcore, blues ou tudo isso junto. Esse movimento está crescendo, estas novidades estão borbulhando e é preciso que os holofotes estejam voltados para a cena underground para que um novo fôlego seja dado à música e a reforma seja feita.

Samara Ventura samaraventura@hotmail.com