sexta-feira, 6 de maio de 2016

Sobre Produtos...

De vez em quando algum cliente nos questiona sobre a disponibilidade de um ou outro produto, o texto abaixo é a resposta a um destes clientes amigos, adaptada pras redes sociais. Nossa opinião pode interessar a mais pessoas, por isso o publicamos. Não publicaremos as questões dele, mas durante a leitura da resposta, elas emergirão, necessariamente.
Obrigado pelo interesse Emoticon smile
Olá "Fulano", obrigado pelo contato, e pelos questionamentos...
O Lucas pediu pra eu responder pois sabe que eu curto este tipo de interesse do cliente Emoticon smile
Os CDs não estão se esgotando tão rapidamente, não sinto isso aqui na loja. O que acontece é que ás vezes as lojas compram pouco. Ao contrário de uma banca de jornal, onde os produtos não vendidos voltam pra editora, as lojas de CDs tem que comprar os produtos, e quando encalham, pra muitos lojistas é sinal de prejuízo. Nós da Die Hard deixamos como estoque, cremos que, ao contrário de um produto que fica velho e tem seu prazo de validade, um CD do nosso estilo só vale mais a cada dia que passa, por isso não temos problemas com encalhe. De vez em quando vendemos um título mais rápido do que prevíamos, como por exemplo o Metal Church - XI, acabou ontem, e as entregas desta gravadora são as 6as feiras, então reporemos ainda hoje. E os CDs estão saindo com uma tiragem menor sim, por conta das acomodações do próprio mercado. Mas é um produto colecionável, apostamos pois somos vendedores e colecionadores também, todos nós aqui na loja.
Estes que vc cita (Running Wild e Grave Digger) são de selos europeus que hibernaram, não lançam mais nada e nem licenciam pro resto do mundo, não podem ser comparados com bandas dos selos na ativa. Um dos selos que sumiu foi a Noise, e é só um exemplo... Os selos ativos relançam de vez em quando, inclusive em edições de luxo e em vinil. O Manowar que vc cita é outro exemplo específico, este CD não teve distribuição, nós conseguimos algumas peças com um preço bem alto. Mas, assim como as outras duas bandas que vc citou são exemplos excêntricos. Não representam a regra. E ainda bem. O Obituary – Inked in Blood é normal, não tem versão nacional,ao menos ainda, mas nós o tivemos aqui e vendemos muitas peças já, deve chegar na próxima semana, estava R$ 98,00.
Não conheço um texto sobre os últimos anos da indústria, li vários livros e revistas mas não com esta especificidade. O último que li, mas fala muito de rap, hip hop e outros estilos que não gosto, é o “Como a Música Ficou Grátis", de Stephen Witt, lá mostra a queda da indústria da música como a conhecíamos, mas o heavy metal nunca teve muito a ver com isso, sempre transitou por gravadoras mais independentes, fora as exceções óbvias, mesmo assim é uma leitura esclarecedora. Mas posso lhe adiantar que, como um colecionador com 55 anos de idade e com loja há 20, que a indústria sempre nos induz a pensar que o formato que estamos colecionando ficou obsoleto, e nos empurra outro formato, nem sempre melhor. Quando comecei a colecionar tinha 13, 14 anos, e ainda existiam alguns vinis quebráveis de 78 rpm. Veio vinil de 33rpm, o K7, o CD com todos os seus truques (remasterização, SHMCD, etc...), o MP3, o vinil voltando, etc... Eu comprei toda a coleção do Led Zeppelin mais de 10 vezes, toda vez que sai eu compro, antes eu vendia os antigos, mas parei de fazer isso faz tempo, hoje estou com 4 coleções e um box com a coleção toda... Acho que é isso que acontece, a indústria promove e a gente compra ou não a mesma coisa várias vezes, vai da banda, algumas eu me contendo com uma coleção só, outras vou atrás e tenho várias vezes o mesmo disco. Eu gosto de comprar Led Zeppelin, pode parecer papo de vendedor, mas é verdade, eu gosto mesmo de comprar um disco do Led Zeppelin, e sempre faço isso quando posso, e sempre me faz bem, pode ser bootleg, uma edição diferente, seja o que for, me sinto como da primeira vez que fiz isso, parece meio sexual, sei lá, ou com comida, adoro chocolate e o consumo com tudo, já comi chocolate com pimenta e com bacon, e gosto sempre, hehe Eu gosto deste truque da indústria, mas não caio sempre. Não caí no MP3, ouço em casa, ouço na loja, carrego comigo, mas não considero algo colecionável, aliás, nem considero “algo”. Mas caio nas edições de luxo e nos vinis, e assim vai.
A Century Media existe no exterior, e seus licenciamentos são pulverizados pelos selos independentes aqui no Brasil, geralmente em esquema de leilão. O mesmo com a Nuclear Blast, nós nunca conseguimos licenciar algo da Nuclear Blast, mas somos perceiros deles há muitos anos, acho que temem a concorrência, talvez façamos os produtos com mais qualidade do que eles querem, ou vendamos mais do que planejam, kkkkkkk. A Rock Brigade ainda existe e lança alguma coisa de vez em quando, a Laser Company não existe mais. A fila anda
Uma das “graças” em se colecionar algo, é que esse algo desapareça, por isso precisamos comprar alguns produtos na época, ou pagar mais caro depois, pois nós mesmos aqui na loja já o compramos mais caro, a não ser que compremos muitos na época e o guardemos, mas não há capital e espaço pra isso, nem sei administrar estoque com reserva. Não se pode estar muito tempo longe que com certeza perdemos algo. Como não dá pra comprar tudo, algo sempre vai passar, às vezes encontramos pra comprar depois, às vezes leva muito mais tempo... Outra "graça" é que sempre nos lembramos das situações da compra de um item, seja da loja onde compramos, de como estávamos nos sentindo na época, etc... Só quem coleciona entende isso, né...
De vez em quando um cliente ou outro questiona algo parecido, vou publicar esta resposta mas fique tranquilo, não mencionarei seu nome, ok?
Continuamos à disposição aqui, obrigado e abraço,
Fausto


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